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Festival de Poesia 2017
Esta não foi uma notícia que nos apanhasse completamente de surpresa. Os últimos sinais já não eram os que desejávamos. Porém, era tanta a nossa vontade e a nossa esperança de que este percurso se alterasse que mantivemos o nosso registo orientado para a recuperação.
Não foi assim. E a notícia abalou-nos. Profundamente. O Beto Areosa partiu.
Um porte que se destacava pela imponência. Contudo, muito maior que o seu físico era a sua alma. Geneticamente dotado de uma infinita bonomia que distribuía sem parcimónia, dele se evidenciava a verticalidade do carácter.
Nobre no trato e no comportamento, nunca ninguém lhe ficava indiferente.
Em primeiro lugar na família em que se assumia, reconhecidamente, na sua plenitude.
Depois, na escola, através da qual estabeleceu uma rede de compromissos profissionalmente sólidos, à qual se sobrepunha uma outra de profundas e companheiras amizades.
Mas também na caça, no desporto, na enofilia e gastronomia como bandeiras da sua querida região, em todos os momentos e circunstâncias, o Beto afirmava o compromisso que tinha com a forma certa de estar na e com a vida.
Por fim, na comunidade de Moncorvo. Que dele há de reter a imagem que projetava no cortejo medieval, e que de forma simbólica testemunhava a relação que mantinham - a sintonia na afirmação e promoção de uma identidade.
E sendo certo que não assistimos à morte desse rei, é bem verdade que, nesta data, todos nós perdemos a companhia de um verdadeiro príncipe.
Jorge Pereira da Silva (Diretor)
Em nome do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Foz Côa
Dedicado a António Alberto Barbosa Areosa (Diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado, Torre de Moncorvo)